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terça-feira, 24 de março de 2009

Animais são fiéis companheiros também no mundo da ficção


EDUARDO OHATA da Revista da Folha

Por essa, nem os vilões mais temidos do universo esperavam. Até mesmo o super- herói mais famoso do mundo precisa de um bichinho. Durante décadas, o Super- Homem foi o único sobrevivente do planeta Krypton. Um solitário, sem ninguém para compartilhar suas experiências de voo, invulnerabilidade, visão de calor e outras "cositas". Até que entrou em cena Krypto, o supercão.

Isso foi em 1955. De lá para cá, o supercão chegou a ganhar desenho animado e uma revista em quadrinhos só com as suas aventuras. Depois de um período sumido, os roteiristas o devolveram às aventuras do homem de aço com um papel de destaque.

Não é preciso ter superpoder para ser um animal querido. Afinal, para você compartilhar sua noite de núpcias com alguém, além de sua noiva ou noivo, tem que ser alguém por quem se tem muito afeto. Foi o que aconteceu com o cavalo Herói e o lobo Capeto. Quando o Fantasma, o "espírito que anda", se casou com Diana Walker, os bichos acompanharam o casal a uma praia paradisíaca na noite de núpcias.

E a lista de animais nos quadrinhos é praticamente tão grande quanto a de protagonistas: Cebolinha e Floquinho; Tarzan e Chita; Aquaman e seus cavalos- marinhos gigantes.

Há alguns animaiszinhos que, de tão carismáticos, deixaram para trás o papel de coadjuvantes para ser estrelas de suas próprias aventuras. Snoopy é, talvez, o maior de todos os exemplos. Outros já nasceram com séries próprias, como o Pato Donald e o Mickey.

O homem mais rápido do mundo, The Flash, tem como um de seus mais perigosos adversários Grood, um gorila inteligente.

Um dos animais mais famosos foi Howard, o Pato, cujo criador, Steve Gerber, morreu no ano passado. Nos anos 80, Howard, que nos quadrinhos fazia uma crítica social, virou filme, no qual ficou com a mocinha no final! Durante a eleição presidencial de 1976, apuradores se depararam com muitos votos para Howard escritos à mão.

Um romance gráfico que tem animais como protagonistas teve a distinção de ser o único quadrinho a ganhar um Pulitzer. Trata-se de "Maus", no qual o autor, Art Spiegelman, reconta a história de seu pai, judeu, em uma Alemanha nazista. Os judeus são caracterizados como ratos, os nazistas, como gatos, e os poloneses, como porcos. O desenho ajuda a suavizar a trama, naturalmente bastante pesada.

Na linha de animais antropomórficos, há ainda o samurai-coelho Usagi Yujimbo e os ratinhos guerreiros de Mouse Guard, bonitinhos, mas muito violentos. Sem falar nas famosas tartarugas ninja, Michelangelo, Leonardo, Donatello e Rafael.

Filho único, Calvin, personagem da popular tira de Bill Waterson, tem como companhia constante o tigre Haroldo, com quem discute, briga, faz carinho e que o deixou desesperado por achar que o bicho tinha fugido. Na verdade, Calvin havia perdido Haroldo, já que se trata de um tigre de pelúcia, animado pela imaginação de seu arteiro dono.

Tudo bem, até mesmo o mais poderoso dos heróis, o Super-Homem, entenderia a necessidade de Calvin ter um bichinho.

sábado, 21 de março de 2009

Diário de um cachorro

1ª semana:- Hoje completei uma semana de vida. Que alegria ter chegado a este mundo!

PRIMEIRO MÊS: Minha mamãe cuida muito bem de mim. É uma mãe exemplar!

2 meses:-Hoje me separaram de minha mamãe. Ela estava muito inquieta e, com seu olhar, disse-me adeus. Espero que a minha nova 'família humana ' cuide tão bem de mim como ela o fez.

4 meses:- Cresci rápido; tudo me chama a atenção. Há várias crianças na casa e para mim são como 'irmãozinhos'. Somos muito brincalhões, eles me puxam o rabo e eu os mordo de brincadeira.

5 meses:- Hoje me deram uma bronca. Minha dona se incomodou porque fiz 'pipi' dentro de casa. Mas nunca me haviam ensinado onde deveria fazê-lo. Além do que, durmo no hall de entrada. Não deu para agüentar.

8 meses:- Sou um cão feliz! Tenho o calor de um lar; sinto-me tão seguro, tão protegido... Acho que a minha família humana me ama e me consente muitas coisas. O pátio é todinho para mim e às vezes me excedo, cavando na terra como meus antepassados, como os lobos quando escondiam a comida. Nunca me educam, deve ser correto tudo que faço.!

12 meses:- Hoje completo um ano. Sou um cão adulto. Meus donos dizem que cresci mais do que eles esperavam. Que orgulho devem ter de mim!!

13 meses:- Hoje me acorrentaram e fico quase sem poder movimentar-me até onde tem um raio de sol ou quando quero alguma sombra. Apontam o dedo pra mim e dizem que vão me observar e que sou um ingrato. Não compreendo nada do que está acontecendo.

15 meses:- Já nada é igual... Moro na varanda. Sinto-me muito só. Sinto que minha família já não me quer! Às vezes esquecem que tenho fome e sede. Quando chove, não tenho um teto que me abrigue...

16 meses:- Hoje me desceram da varanda. Estou certo de que minha família me perdoou. Eu fiquei tão contente que pulava com gosto. Meu rabo parecia um ventilador. Além disso, vão me levar passear! Nos direcionamos para a rodovia e de repente, pararam o automóvel. Abriram a porta e eu desci feliz, pensando que passaríamos nosso dia no campo. Não compreendo porque fecharam a porta e se foram. 'Ouçam, Esperem!' lati... ei!!! esqueceram de mim... Corri atrás do carro com todas as minhas forças. Minha angústia crescia ao perceber que perdia o fôlego e eles não paravam. Haviam me esquecido.

17 meses:- Procurei em vão achar o caminho de volta ao lar. Estou e sinto-me perdido! No meu caminho existem pessoas de bom coração que me olham com tristeza e me dão algum alimento. Eu lhes agradeço com o meu olhar, desde o fundo de minha alma. Eu gostaria que me adotassem: seria leal como ninguém! Mas somente dizem: 'pobre cãozinho, deve ter estar perdido.'

18 meses:- Um dia destes, passei perto de uma escola e vi muitas crianças e jovens como meus 'irmãozinhos'. Aproximei-me e um grupo deles rindo, me jogou uma chuva de pedras 'para ver quem tinha a melhor pontaria'. Uma dessas pedras feriu-me o olho e desde então, não enxergo com ele.

19 meses:- Parece mentira Quando estava mais bonito, tinham compaixão de mim. Já estou muito fraco; meu aspecto mudou. Perdi o meu olho e as pessoas me mostram a vassoura quando pretendo deitar-me numa pequena sombra.

20 meses:- Quase não posso mover-me! Hoje, ao tentar atravessar a rua por onde passam os carros, um me jogou! Eu estava no lugar seguro chamado 'calçada', mas nunca esquecerei o olhar de satisfação do condutor, que até se vangloriou por acertar-me. Quisera que tivesse matado! Mas só me deslocou as cadeiras! A dor é terrível! Minhas patas traseiras não me obedecem e com dificuldade arrastei-me até a relva, na beira do caminho.. Faz dez dias que estou embaixo do sol, da chuva, do frio,sem comer. Já não posso mexer-me! A dor é insuportável! Sinto-me muito mal; fiquei num lugar úmido e parece que até o meu pelo esta caindo... Algumas pessoas passam e nem me vêem; outras dizem: 'não chegue perto'. Já estou quase inconsciente; mas alguma força estranha me faz abrir os olhos. A doçura de sua voz me fez reagir. 'Pobre cãozinho, olha como te deixaram',dizia... junto com ela estava um senhor de avental branco. Começou a tocar-me e disse: 'Sinto muito senhora, mas este cão já não tem remédio'. É melhor que pare de sofrer'.A gentil dama, com as lágrimas rolando pelo rosto, concordou. Como pude, mexi o rabo e olhei-a, agradecendo-lhe que me ajudasse a descansar. Somente senti a picada da injeção e dormi para sempre, pensando em *porque tive que nascer se ninguém me queria...*

Ajude a abrir a consciência dos ignorantes e, assim, poder acabar com os maus tratos aos animais, especialmente com o problema de cães de rua.