O Dia Mundial da Alimentação é celebrado todos os anos em 16 de outubro. Instituído por conta da criação da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), essa data levanta questões como nutrição, fome e segurança alimentar, que também incluem a origem dos alimentos.
Você sabe o que está comendo?
Os animais são seres sencientes, ou seja, têm a capacidade de sentir dor, medo, alegria, angústia, prazer, estresse, solidão, entre outros sentimentos antes considerados exclusivos dos seres humanos. Essa característica já foi comprovada cientificamente diversas vezes em todos os animais vertebrados e alguns moluscos. Por isso, em se tratando de produtos de origem animal, é essencial que o consumidor saiba como esses alimentos foram produzidos. Você já se perguntou como são produzidos ovos, frango, carne bovina e suína, peixe, leite e derivados
O consumidor tem um papel fundamental em relação aos animais de produção. Ele pode comprar apenas produtos originados de criações humanitárias, que respeitem o bem-estar animal, exigindo ainda que as empresas produtoras melhorem suas criações e que os pontos de venda forneçam opções de produtos com bem-estar animal. A partir de uma crescente preocupação dos consumidores, as indústrias se adaptam e é possível melhorar o bem-estar de bilhões de animais: só no Brasil, em 2008 foram abatidos cerca de 39 milhões de bovinos, 5,5 bilhões de frangos e 38 milhões de suínos, sendo o rebanho de vacas leiteiras de 35 milhões e o plantel de galinhas de postura de 81 milhões (Fonte: Anualpec 2009).
Por exemplo, você sabe como as galinhas que põem os ovos são criadas?
Existem basicamente 2 tipos de criação: a intensiva e a extensiva. Na criação intensiva, as galinhas poedeiras ficam confinadas em gaiolas em bateria, onde várias gaiolas são empilhadas umas sobre as outras. São espaços pequenos, onde a densidade de animais é alta, o que impede que as aves consigam andar, ciscar, empoleirar e bater as asas. Além disso, as galinhas passam a vida sobre as grades das gaiolas.
Por ser um ambiente extremamente estressante, onde as galinhas não podem nem ciscar, elas tendem a bicar umas às outras. Para evitar esse problema, uma prática muito comum nas criações em bateria é a debicagem, em que os bicos são cortados quando os animais ainda são jovens, uma prática dolorosa. Além disso, para aumentar a produção, as aves são expostas a algumas horas a mais de luz artificial diariamente, para aumentar o consumo de alimentos.
Já na criação extensiva, as galinhas são criadas soltas ou em galpões com acesso a ambientes/piquetes externos e em menor densidade, com locais para fazer ninhos e expressar seu comportamento natural.
Devido à pressão dos consumidores, a União Européia aprovou leis que resultaram na proibição, a partir de 2012, do uso de gaiolas em bateria para galinhas poedeiras. Ademais, as baias de vitelo já foram proibidas em 2007 e em 2013 serão banidas as gaiolas de gestação para suínos (a proibição já existe na Suécia, Inglaterra, Dinamarca, Finlândia e Holanda). E você, como consumidor, também pode fazer a diferença e mudar os rumos do mercado em sua cidade e até mesmo em todo o país.
A base do consumo consciente é a reflexão sobre o que e por que se compra, avaliando o seu impacto na sociedade e no planeta. A forma de produção é item fundamental na decisão de comprar ou não um determinado produto.
Toda compra tem uma conseqüência, seja ela boa ou ruim. Ao comprar um produto de uma empresa que utiliza trabalho escravo, por exemplo, o consumidor está financiando essa prática. Assim como, ao comprar um produto pirateado, acaba-se financiando uma atividade ilegal. Nós consumidores temos a responsabilidade e um papel fundamental na melhoria das condições de vida dos animais criados para alimentação. Informe-se e escolha o respeito ao meio ambiente, aos animais e a promoção do desenvolvimento humano.
domingo, 18 de outubro de 2009
Dia Mundial da Alimentação – você sabe o que está comendo?
Postado por AgroSilva Rações às 13:29
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