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quinta-feira, 15 de outubro de 2009

O mundo contra o confinamento animal

Outro importante estado nos EUA proíbe o confinamento intensivo. No Brasil a campanha também avança

No final de 2008 o mundo acompanhou uma significativa conquista da Califórnia (EUA) com relação ao bem estar dos animais de produção. A Proposição 2 proibiu o confinamento intensivo reduzindo o sofrimento para cerca de 20 milhões de espécimes destinados ao consumo humano criados naquele território. A medida foi replicada por mais cinco estados do país.

A partir desta semana, graças a uma decisão unânime, porcos, vacas e galinhas poedeiras do estado de Michigan (EUA), terão espaço para ficar de pé, deitar, dar meia volta e estender seus membros. Trata-se de uma conquista expressiva em um dos maiores produtores mundiais de vitela e que tem mais de 10 milhões de galinhas poedeiras e 100 mil porcas gestantes criados em um sistema que sequer permite tais movimentos.

Com isso serão sete os estados norte-americanos que baniram as celas de gestação, cinco que não permitem mais o confinamento intensivo de vitelas e dois que proibiram as gaiolas em bateria para as galinhas poedeiras. Na lista estão Arizona, Florida, Maine, Colorado e Oregon. Em Michigan, os produtores deverão mudar a produção de vitelas em três anos, enquanto os produtores de porcas e galinhas poedeiras terão 10 anos para se adaptarem.

Na União Européia as gaiolas em bateria devem ser desativadas até 2012 e as celas de gestação até 2013. As celas para vitelas já foram proibidas.

Boas novas no Brasil
Com a desafiadora missão de mudar a realidade dos 80 milhões de galinhas poedeiras e 1.5 milhões de porcas em confinamento no Brasil, um dos maiores produtores mundiais, a Campanha Pelo Fim do Confinamento Intensivo Animal começa a dar os primeiros passos.

Representantes da Campanha têm se reunido com executivos das maiores redes de supermercado, que estão com os relatórios científicos sobre o tema e têm sido muito receptivos à possibilidade de fornecer produtos com menos crueldade. Marco Ciampi, presidente da ARCA Brasil, está bastante otimista: “Todos saem ganhando, os locais de venda terão sua imagem beneficiada e os consumidores podem adquirir produtos mais humanos e saudáveis”. Também estão sendo contatadas tradicionais produtoras de orgânicos.

Nos últimos mês a Campanha esteve presente em grandes eventos da área, entre eles, a Bio Brazil Fair 2009, maior feira nacional de orgânicos, o Simpósio Pernambucano Suinocultura e o Curso de Bem Estar Animal e Qualidade de Carne. A campanha foi amplamente divulgada nesses locais, além do estabelecimento de diálogos com diversos produtores aos quais foi sugerida a possibilidade de humanizar suas produções.

Na Bio Brazil Fair 2009, evento que contou com a presença do Presidente Lula, o gerente de campanha Guilherme Carvalho (veja abaixo), encontrou-se com Reinhold Stephanes, Ministro da Agricultura, que recebeu o material da campanha em mãos.

O selo Humane Certified, lançado junto com acampanha, é uma realidade e já tem dois certificados: o Grupo JD e a Korin Agropecuária. O primeiro teve reconhecida sua produção de bois e suínos para corte eo segundo de frango para corte. Se você não consegue deixar a carne de lado, consuma um produto mais responsável. Fique atento para esse logotipo!

Reforço para o time

Guilherme Carvalho, biólogo de Recife, é o novo integrante da equipe da Campanha Pelo Fim do Confinamento Intensivo Animal. Seu interesse pelo bem-estar dos animais representa uma reviravolta em sua história de vida. Atraído por genética molecular, sua carreira já estava encaminhada nessa direção. No terceiro ano da faculdade ele produzia uma iniciação científica sobre o tema, quando assistiu um vídeo denunciando as crueldades sofridas pelos animais de produção. A partir de então ele mudou todas as suas prioridades, tornou-se vegetariano e incluiu os animais nos seus objetivos.

O biólogo apresentou como Projeto de Conclusão Curso um vídeo sobre os modos de tratamento destinados aos frangos de corte. Este trabalho chamou a atenção dos responsáveis pela campanha contra o confinamento nos EUA que o convocaram para integrar a equipe como um dos gerentes de campanha junto com Cristina Yunes, bióloga de Santa Catarina.

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